sábado, 12 de setembro de 2009

inefável.




Adjetivo

i.ne.fá.vel comum de dois gêneros
Que não pode ser expresso verbalmente.

Ex.
"Não tentarei descrever aqui o que senti: meu sentimento era inefável."


Sinônimos

indizível
indescritível


enquanto ela vestia a roupa, o vestido cinza contrastando com as cerejas ao fundo e o céu intensamente azul de verão e as folhas verdes e as flores de cerejeira espalhadas pelo chão rosa ele percebeu que tudo tinha cor, exceto seu vestido e ainda assim, era a única coisa que parecia chamar seus olhos.

cor. a bochecha dela ainda ardia com o que tinham acabado de fazer, e ele notou que isso a deixava ainda mais bonita. "o que tinham acabado de fazer" não era um simples exercício físico, não era uma coisa carnal, não era nem mesmo um momento de paixão. Era amor, só amor. E agora ela estava pondo o vestido, por que?

-Por que?
-Eu não posso mais ficar.
-Por que?
-Você sabe porquê.

Ele não sabia porquê. Foi só um beijo? Foi só uma brisa suave? Ela não falou pra ele porque mostrar era mais fácil do que dizer. Como na primeira vez, ela foi embora sem explicação e ele ficou sozinho no meio da noite (no meio da noite, depois de dias e dias de amor) só que dessa vez não era o meio da noite, era um dia lindo, com uma árvore de cerejas com folhas verdes e flores rosas e um lindo céu intensamente azul. Ele também não estava sozinho, haviam muitos adoráveis esquilos se escondendo no mato ralo em volta. Nenhum deles pareceu perceber o transtorno dele.

Ele começou a perceber que o mundo a sua volta havia escurecido, o céu continuava intensamente azul, de modo que o problema não era alguma nuvem de mal presságio, as folhas verdes ainda contrastando com as lindas flores rosas de cerejeira.

O mundo então ficou embaçado e ele soube o que tinha acontecido, como acontecera tantas vezes antes e estava fadado a acontecer tantas depois, até ele esquecer (mas certos homens não esquecem), ele soube porque ela havia ido embora.

Como todos os dias, desde a noite em que ele ficou sozinho se perguntando por ela (por que?), ele acordou chorando.

sábado, 22 de agosto de 2009

Heartbeat - Part I



Eu sou um coração, certo?

E eu sei que eu geralmente deixo essa parte de racionalizar e escrever pro cérebro (mais óbvio) já que é ele quem cuida de aprender esse tipo de coisa, vide matemática e livros de literatura russa, porém dessa vez eu tinha que falar alguma coisa, porque nós não estamos mais nos falando. Brigamos feio, e foi ele quem errou. E olha que geralmente ele deixa essa coisa de errar pra mim (mais óbvio), quer dizer, é só olhar pra quantidade de músicas que existem sobre erros do coração.

Mas não dessa vez, dessa vez não havia nada, absolutamente nada, errado. É claro que parecia errado e eu mesmo podia sentir quando as pessoas falavam isso pra minha dona, e o cérebro lá, só concordando, eu sentia isso, mas sabia que não, dessa vez eu estava certo e quem ferrou tudo foi ele.

Eu soube, eu soube que estava certo quando pude ouvir o coração dele, ELE, de quem eu estou totalmente gostando (gostar com o coração - eu... - é igual a estar apaixonado?) numa noite em que eles dormiram abraçados. Nós estávamos realmente perto e eu pude ouvir quando ele começou a bater mais rápido enquanto ELE (o maravilhoso ELE) olhava pra minha dona. Eu sou um coração, e eu sei que quando eu faço isso sem nenhum execício físico antes só podem significar duas coisas: amor ou um infarto (o que não é totalmente divertido, todo mundo aqui na corrente sanguínea odeia coágulos). E considerando que ELE continuou vivo, ELE me ama também!

Então eu sabia, contra tudo o que o cérebro me falava, eu sabia a realidade. E você vê, é mais fácil pra mim, estar errado e etc, e se esse fosse o caso eu só tentaria curar meus machucados sozinhos e ignorar todas as vezes em que ele me grita lá de cima: "EI! Aquele lenço é exatamente igual ao dele!", "EI! Ele sorri desse jeito! Você se lembra?", "EI! Essa foi a canção que ouvimos no dia em que ela trouxe ele pra casa!" mas é óbvio que apesar de todos os detalhes e todos os gritos, eu posso apenas lembrar (lembrar com o coração - EU! - é ter saudade?). Se eu estivesse errado, eu só ignoraria e quem sabe, talvez encontrasse outra pessoa para gostar denovo, mas agora não.

Não vou desistir sabendo que tudo o que falaram para a minha dona estava errado. Qual o problema dele ter ficado com muitas garotas antes da gente chegar? Qual o problema de todas aquelas ligações durante os almoços se o único momento em que o coração do outro lado batia mais rápido era quando EU dizia que gostava dele?

Mas não, o cérebro tinha que racionalizar a coisa toda e convence-la de que eu iria sofrer mais pra frente caso nós todos continuassemos nessa. Ele disse que isso não tinha nada a ver com ele, que ele estava apenas se preocupando comigo, MAS EI, EU SEI A VERDADE: Eu sei que ele ficava todo confuso quando ELE aparecia, não conseguia pensar direito e ele não gostava nada disso, ele gosta de sempre estar no controle, vocês sabem, mas quando ELE aparecia, o único a controlar era EU!

O negócio é que quando uma coisa dessa acontece, você não pode ter medo, bom, você PODE ter medo (acho que o medo é importante e até mesmo necessário, além disso toda aquela adrenalina é muito divertida) porém você não pode deixar ele controlar você. Você tem que saber que a vida é curta demais para o medo comandar, porque ele, o medo, vive pra sempre, mas tem a vida mais chata do mundo. Qual o sentido em viver se não é o de amar? ("Pensar! Descobrir! Explorar!" "Ei! Shiio, cala a boca aí em cima!"). Pra mim, deixar a vida em stand-by com medo de cometer erros é o maior erro de todos e eu não farei isso, E eu tenho um plano.

Continua...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

GRWWWR!