domingo, 10 de julho de 2011

e o começo, qual é?

- eu não sei, você acha que precisa existir um porque?
- mas até ontem você dizia que nunca mais ia conseguir gostar de alguém denovo, então, porque? porque esse cara? porque agora? acho que sim, precisa existir um porque.
- ele não vai me amar de volta, você sabe.
- como assim? porque você diz isso como se soubesse? acho que isso é inútil, você nem sequer me escuta quando entra nesse est...
- ele não vai me amar porque sou aquela garota, eu sempre soube que era ela, mas tinha esperanças. agora que eu o encontrei, eu tenho certeza que eu sou aquela garota. porque todo mundo espera que você seja feminina e adorável e morre de tédio no terceiro mês de casamento, mas se você é aquela garota então ninguém se casa com você.
- mas eu achei que você não acreditav...
- não é uma questão de diversão. talvez as garotas certinhas e adoráveis se divirtam muito julgando os outros, eu só não sou assim e acho que não devia ser punida pelo universo por isso, punida a estar sempre só, só porque eu aguento estar só (diferentemente delas).
- você sempre me disse que eu deveria ser feliz primeiro sozinha antes de estar com alguém, eu realmente não estou entendendo o que esse cara fez com...
- não é que eu não quero estar só, é que eu quero estar COM ESTA ESPECIFICA PESSOA.
- mas se ele é do tipo que casa com as adoráveis então porque você quer estar com ele?
- não sei, vai ver eu sou adorável.
- hm,
- vai se foder.

depois disso houveram rosas e canções de amor e mais. não podia acreditar que estava finalmente acontecendo com ela e por vezes pensava no fundo de sua mente (no lugar em que não admitia pra ninguém) que agora entendia esse vício que as mocinhas femininas e adoráveis pareciam ter no amor.

quando ele terminou com ela foi como em toda sua vida sempre pressentira que algo muito terrível ia acontecer, e agora havia acontecido, então era isso (pelo menos não precisava mais ficar se preocupando com essa sensação agora que ela havia sido preenchida).

enquanto isso, tudo o que o canalha queria era que ela tivesse lutado um pouco mais por ele porque durante o tempo inteiro ele sentira como se ela não precisasse dele.
(uma mocinha adorável teria lutado e rastejado)

ela nunca precisou dele, pelo menos até o fim. depois era como se houvesse literalmente um buraco passando pelo seu estomago e é dificil de acreditar nessas coisas de dor física até acontecer com você.

e qual é o fim?

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Tristeza

Sentia a presença dela em todos os lugares. Lhe perseguia aonde quer que fosse. Não podia fugir dela em momento algum, e por isso mesmo ás vezes as pessoas decidiam se afastar e quando isso acontecia... ela era sua única companhia.

A odiava tanto, se sentia preso e não sabia como fugir dela. Ás vezes ficava tão sufocado, ela exigia que ele lhe prestasse toda a atenção, chamava-o quando qualquer coisa acontecia, ficava sussurrando coisas em seus ouvidos a todo momento. Não queria pensar nela mas era impossível deixar pra la. Ficava violenta e o xingava de todas as coisas que ele realmente pensava que era ás vezes e por isso doia mais.

O mais dificil sobre fugir dela era o fato de que achava que merecia sua presença. Ás vezes, quando acabava de acordar ela não estava por perto. Era estranho e vazio quando isso acontecia e ele pensava que talvez ter ela por perto fosse melhor do que não ter nada. Por isso lembrava de tudo o que aconteceu e a chamava. E ela voltava, ela sempre voltava.

De todas as outras coisas na sua vida, ela era única constante, a única que podia confiar. Todos os outros o abandonavam e ela não. Não entendia (ou entendia e não ligava?) que o motivo de todos irem embora era ela. Ele era uma pessoa legal, ele na presença dela era insuportável.

Depois de algum tempo, ela era sua única amiga. Sempre podia recorrer a ela em qualquer assunto e podia apenas ficar deitado todo o sabado na cama com ela e o dia transcorreria sem maiores problemas.

Começou a amá-la. Não consegui ir a lugar algum sem ela, e agora não queria mais ir a lugar algum sem ela. Não importava a solidão, sentia tudo que acontecia á flor da pele porque ela estava sempre com ele.

Não era uma escolha, exceto que era uma escolha e sempre foi uma escolha tê-la ao seu lado. Ele achava que não era uma escolha porque não via um jeito de sair disso, mas não via um jeito de sair disso porque lá no fundo não queria sair disso e não via que não queria sair disso. Esse geralmente é o ciclo.

Não havia mais ninguém para aconselhá-lo e mostrar o caminho, todos se afastaram por causa dela. Ah! A solidão. Mas nunca se estava sozinho com ela, estava?

E se não havia um jeito de ir embora, iam ficar juntos para sempre, iam casar e ter filhos mas não envelhecer, tinham de ficar juntos para sempre agora. A cerimônia envolvia um prédio alto e um último suspiro de coragem. Isso é tudo que há.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Paralized



A partir de agora, ele estava transtornado, preferia não sair vivo, preferia não ir mais devagar.

Por que essas coisas acontecem? Quando você acha que tem alguém pra vida inteira, então ela morre. (Por que eu não fui com ela?)

Por que ele não foi com ela? Vivia uma vida em que tudo pode ser deixado pra depois, vivia uma vida para o depois, tudo que fazia era milimetricamente calculado com suas planilhas milimetricamente planejadas que foram milimetricamente aprendidas para milimetricamente viver em sua vida herméticamente fechada (porque até o milímetro seria mais solto do que a vida que levava)

Ela o amava muito, no momento, sabia que todo aquele planejamento era uma parte inerente de sua personalidade e por vezes achava muito charmoso (ou irritante). Ela o amava, no momento, porque sabia que não o poderia amar no futuro, assim como não o poderia amar no passado, ela achava que o presente é tudo o que temos e dava o dela inteiro para ele.

A partir daquele momento, ele estava delirante, mas não queria estar delirante, queria SER delirante, assim não teria de lidar com a dor de perde-la. Era difícil de entender seu entendimento de que ela sabia exatamente quem ele era. Ele por vezes entendia que todo aquele planejamento era uma parte inerente de sua personalidade e por vezes achava até charmoso em si mesmo (ou muito irritante).

Delirante. Transtornado não significa necessariamente perturbado, e delirante poderia ser somente um jeito diferente de ver as coisas (e não maluquice milimetricamente calculada). Poderia significar modificado e ele queria isso. Nunca tinha conseguido ser do jeito que ela achava necessário pra felicidade, mas ele era feliz antes também. Antes.

Não parecia que algum tipo de felicidade por pagar suas contas milimetricamente contadas e ir a lugares milimetricamente combinados com pessoas que ele nem mesmo conhecia (porque conhecer alguem é realmente difícil) fosse chegar. Esse tipo de felicidade não o "complacia", (hahaha ela com sua mania ridícula de falar espanhol quando bebia).

Engraçado, ela gostaria de saber que não gostava mais de gravata. Ela gostaria de saber que começara a falar palavrões. Alguns em francês até, só pelo improviso. Gostaria de saber que agora falava com pessoas na rua por motivo algum. Gostaria de saber que de vez em quando ele escapava de lavar o cabelo agora, algo absolutamente i-m-p-e-n-s-á-v-e-l antes. Gostaria de saber que ele as vezes ria sozinho lembrando de como ela virava sobre si mesma no meio da rua gritando UUUUUUU!!! e as vezes até se arrependia de não ter a ajudado.

Nunca se arrependeu de mudar. Aguentava pensar em sua morte agora, porque ele tinha mudado, o seu eu anterior não teria aguentado, mesmo que ela fosse apenas mais uma parte milimetricamente calculada em sua vida, sem surpresas, sem atenções muito especiais, apenas a esposa do futuro. Ele a amava no futuro e não entendia. Mudara e devia tudo isso á sua passagem. Considerava tudo agora em sua vida apenas passagem, o que não o impedia de devotar totalmente sua atenção a essas passagens. Se permitia ficar triste quando uma rosa morria.

E alegre quando outra nascia (pra morrer).

(A ouviu dizer: Me pegue, se puder. Antes que visse, ela segurava sua mão)

sábado, 12 de setembro de 2009

inefável.




Adjetivo

i.ne.fá.vel comum de dois gêneros
Que não pode ser expresso verbalmente.

Ex.
"Não tentarei descrever aqui o que senti: meu sentimento era inefável."


Sinônimos

indizível
indescritível


enquanto ela vestia a roupa, o vestido cinza contrastando com as cerejas ao fundo e o céu intensamente azul de verão e as folhas verdes e as flores de cerejeira espalhadas pelo chão rosa ele percebeu que tudo tinha cor, exceto seu vestido e ainda assim, era a única coisa que parecia chamar seus olhos.

cor. a bochecha dela ainda ardia com o que tinham acabado de fazer, e ele notou que isso a deixava ainda mais bonita. "o que tinham acabado de fazer" não era um simples exercício físico, não era uma coisa carnal, não era nem mesmo um momento de paixão. Era amor, só amor. E agora ela estava pondo o vestido, por que?

-Por que?
-Eu não posso mais ficar.
-Por que?
-Você sabe porquê.

Ele não sabia porquê. Foi só um beijo? Foi só uma brisa suave? Ela não falou pra ele porque mostrar era mais fácil do que dizer. Como na primeira vez, ela foi embora sem explicação e ele ficou sozinho no meio da noite (no meio da noite, depois de dias e dias de amor) só que dessa vez não era o meio da noite, era um dia lindo, com uma árvore de cerejas com folhas verdes e flores rosas e um lindo céu intensamente azul. Ele também não estava sozinho, haviam muitos adoráveis esquilos se escondendo no mato ralo em volta. Nenhum deles pareceu perceber o transtorno dele.

Ele começou a perceber que o mundo a sua volta havia escurecido, o céu continuava intensamente azul, de modo que o problema não era alguma nuvem de mal presságio, as folhas verdes ainda contrastando com as lindas flores rosas de cerejeira.

O mundo então ficou embaçado e ele soube o que tinha acontecido, como acontecera tantas vezes antes e estava fadado a acontecer tantas depois, até ele esquecer (mas certos homens não esquecem), ele soube porque ela havia ido embora.

Como todos os dias, desde a noite em que ele ficou sozinho se perguntando por ela (por que?), ele acordou chorando.

sábado, 22 de agosto de 2009

Heartbeat - Part I



Eu sou um coração, certo?

E eu sei que eu geralmente deixo essa parte de racionalizar e escrever pro cérebro (mais óbvio) já que é ele quem cuida de aprender esse tipo de coisa, vide matemática e livros de literatura russa, porém dessa vez eu tinha que falar alguma coisa, porque nós não estamos mais nos falando. Brigamos feio, e foi ele quem errou. E olha que geralmente ele deixa essa coisa de errar pra mim (mais óbvio), quer dizer, é só olhar pra quantidade de músicas que existem sobre erros do coração.

Mas não dessa vez, dessa vez não havia nada, absolutamente nada, errado. É claro que parecia errado e eu mesmo podia sentir quando as pessoas falavam isso pra minha dona, e o cérebro lá, só concordando, eu sentia isso, mas sabia que não, dessa vez eu estava certo e quem ferrou tudo foi ele.

Eu soube, eu soube que estava certo quando pude ouvir o coração dele, ELE, de quem eu estou totalmente gostando (gostar com o coração - eu... - é igual a estar apaixonado?) numa noite em que eles dormiram abraçados. Nós estávamos realmente perto e eu pude ouvir quando ele começou a bater mais rápido enquanto ELE (o maravilhoso ELE) olhava pra minha dona. Eu sou um coração, e eu sei que quando eu faço isso sem nenhum execício físico antes só podem significar duas coisas: amor ou um infarto (o que não é totalmente divertido, todo mundo aqui na corrente sanguínea odeia coágulos). E considerando que ELE continuou vivo, ELE me ama também!

Então eu sabia, contra tudo o que o cérebro me falava, eu sabia a realidade. E você vê, é mais fácil pra mim, estar errado e etc, e se esse fosse o caso eu só tentaria curar meus machucados sozinhos e ignorar todas as vezes em que ele me grita lá de cima: "EI! Aquele lenço é exatamente igual ao dele!", "EI! Ele sorri desse jeito! Você se lembra?", "EI! Essa foi a canção que ouvimos no dia em que ela trouxe ele pra casa!" mas é óbvio que apesar de todos os detalhes e todos os gritos, eu posso apenas lembrar (lembrar com o coração - EU! - é ter saudade?). Se eu estivesse errado, eu só ignoraria e quem sabe, talvez encontrasse outra pessoa para gostar denovo, mas agora não.

Não vou desistir sabendo que tudo o que falaram para a minha dona estava errado. Qual o problema dele ter ficado com muitas garotas antes da gente chegar? Qual o problema de todas aquelas ligações durante os almoços se o único momento em que o coração do outro lado batia mais rápido era quando EU dizia que gostava dele?

Mas não, o cérebro tinha que racionalizar a coisa toda e convence-la de que eu iria sofrer mais pra frente caso nós todos continuassemos nessa. Ele disse que isso não tinha nada a ver com ele, que ele estava apenas se preocupando comigo, MAS EI, EU SEI A VERDADE: Eu sei que ele ficava todo confuso quando ELE aparecia, não conseguia pensar direito e ele não gostava nada disso, ele gosta de sempre estar no controle, vocês sabem, mas quando ELE aparecia, o único a controlar era EU!

O negócio é que quando uma coisa dessa acontece, você não pode ter medo, bom, você PODE ter medo (acho que o medo é importante e até mesmo necessário, além disso toda aquela adrenalina é muito divertida) porém você não pode deixar ele controlar você. Você tem que saber que a vida é curta demais para o medo comandar, porque ele, o medo, vive pra sempre, mas tem a vida mais chata do mundo. Qual o sentido em viver se não é o de amar? ("Pensar! Descobrir! Explorar!" "Ei! Shiio, cala a boca aí em cima!"). Pra mim, deixar a vida em stand-by com medo de cometer erros é o maior erro de todos e eu não farei isso, E eu tenho um plano.

Continua...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

GRWWWR!